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sábado, 8 de julho de 2017

Eu cobro. Eu faço de graça. Certo ou errado?


Esses dias passei pelos grupos de facebook pedindo sugestão de assunto que não se é muito falado pela internet e me falaram: cobrança de serviços.
Aí percebi o quanto é sensível o assunto, pois, ao meu ver, envolvem muitas sutilezas, muitas nuances de interpretação.

- Ah, Calidora, mas tu é contra ou a favor do pagamento/cobrança em dinheiro?
Bom, eu sou a favor e contra.
A favor porque nossa vida a moeda atual é essa. Antigamente as bruxas, curandeiras, benzedeiras, volvas e afins viviam não só de pagamento de valores em moeda, mas troca do seu serviço por comida ou coisas de uso comum no dia a dia.
Temos a energia elétrica utilizada para iluminar o local ou fazer o celular/computador funcionar, a água que é necessária pra tomar banho, fazer comida, a internet (pra quem trabalha à distância ou faz a divulgação de seu trabalho), comida, ervas, incensos, velas, livros e cursos para estudo e aprimoramento.
Porque não também aceitar pagamento em troca de serviços? Ah, você faz a consulta pra Fulana e ela devolve em bolo, uma ajuda numa faxina, uma indicação para outra pessoa...
O método é imenso, vasto, varia da necessidade de cada um.
Varia também do valor que se é dado pelo serviço.

- E a parte que você é contra?
É essa aqui: ABUSO. Tudo que é abuso uma das partes sai prejudicada.
Entende-se como abuso, nesse assunto, valores fora da realidade do serviço, charlatãs (ões), pessoas que utilizam de um momento de fraqueza de quem precisa de uma orientação para obter lucro para si sem oferecer realmente algo que ajude ou que faça valer a pena. Isso é covardia!
Também sou contra em outro aspecto: você realmente presta o serviço que oferece? Seu julgamento realmente te oferece a visão para enxergar isso? Será que você não está vulgarizando uma tradição, ensinamento ou doutrina?

As histórias antigas sobre cartas, baralho, tarot e outros falam sobre esse dom que lhes foi dado para poder adquirir sustento para suas vidas, como os ciganos e Santa Sara Kali.
Histórias antigas também sobre curandeiras e benzedeiras de meio de mato naquela cidadezinha do interior que fazem de graça seus serviços deixando apenas a frase: faz o que seu coração manda, meu filho.
Lugares enormes que, à serviço de sua doutrina de caridade e amor, atendem sem nada cobrar milhares e milhares de pessoas.
Como também podemos citar templos enormes (que não vou citar a crença) que cobram dízimos de seus frequentadores apenas com a promessa que é um pedaço de céu ou então uma água sagrada do lugar X.

Veem como é complicado?
Cabe à nós julgar? Não!
Mas cabe à nós termos discernimento para enxergar quando tem algo de errado, tanto se a gente paga ou se a gente cobra.

Comercializar a fé ou a crença de alguém?
Fé não se paga, nem se cobra.
Fé não é serviço.
Deuses não usam dinheiro.
Ah, tem um banquete de oferenda ou ingredientes para uma celebração?
Aí sim, vamos contribuir pra oferta daquilo que pudermos dar.
Presta atenção no trecho: PUDERMOS DAR.
Na sua celebração tem só um pão, uma vela e um incenso? Ok. Tem amor? Tem! Ótimo!!!
Não é o mais caro dos altares, nem a mais cara das estatuetas, nem os instrumentos de prata e ouro que vão medir o quanto de amor, fé e devoção há ali.
Então preste atenção se a coisa ficar cara nesse aspecto também.
Enfim, assunto que envolve muita razão, muita observação e também entender com quem está lidando.
Também ninguém é melhor ou pior que ninguém porque cobra, tá!?

Só uma dica: nem sempre o pagamento vai vir em dinheiro. Houveram muitas e muitas vezes que prestei orientações gratuitas e a vida me trouxe retorno por ter auxiliado alguém de coração, sem esperar nada em troca. Então, por mais que essa seja sua fonte de renda, tenta uma vez ou outra ajudar alguém, a vida tá tão difícil, por que não?

Um beijão de graça pra você!

- Calidora S.

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